quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O dia em que vi fantasma na Alemanha

             Sempre acreditei em fantasmas, espíritos e seres de outros planetas. Adorava ver o ET do Spielberg e curtia Arquivo X (adorava o cartaz do Fox Mulder, I want to believe). Quando era criança, tinha medo do Homem do Saco e da Mulher do Algodão. Mas nunca vi nada. Só ouvia histórias de pescador. Minha mãe sempre contava uma que eu adorava sobre meu avô. Ele trabalhava como caseiro em um sítio no interior do Rio de Janeiro. Uma noite, ele foi atender um homem a cavalo que estava em frente ao portão, ele o viu e foi até ele. Quando chegou perto, o homem já estava do lado de dentro do portão, e passou sem que o portão tivesse sido aberto. Meu avô saiu correndo e voltou para casa com medo sem entender o que tinha acontecido.
              Comigo foi um pouco diferente. No mês passado, consegui um quarto numa república alemã por causa da Stéphanie. Ela conhecia o Christian, o dono do quarto onde estamos agora. Estamos dividindo um quarto há duas semanas. E o prédio parece antigo, não há elevadores, apenas escadas. Normal. Muitos prédios em Berlim são antigos e sem elevadores. Estou morando aqui há seis semanas e até então nada de anormal aconteceu. Porém, um fato inusitado aconteceu com a Stéphanie semana passada. De terça para quarta, ela acordou de um sonho, sentou na cama e começou a falar em inglês com duas pessoas. Eu tenho sono leve, então acordei também e fiquei perguntando se ela estava acordada, ela disse que estava acordada, mas que estava vendo duas crianças sentadas perto de mim. Eu olhei e não vi nada. Ela me disse que quando acordou, havia uma outra criança olhando para ela bem perto da cama. Ela sumiu, no entanto, havia mais duas sentadas, e foi com elas que ela tentou se comunicar. E depois de dizer "Se vocês não forem espíritos de luz, quero que vocês vão embora" e elas desaparecerem, deu um medo de verdade. WTF? Como assim, foram embora logo depois de ela dizer isso? Enfim, passou. No dia seguinte, até rimos do fato. Tentando pensar o que tinha acontecido, que foi apenas uma projeção da cabeça dela. Só isso.
               Domingo, a gente foi convidada para um churrasco na casa dos pais do Adan, um amigo alemão nosso, que conhece outros gringos. No finalzinho, a gente estava tomando um chá e acendendo algumas velas, nesse querido verão. De repente, o assunto entre uma sueca e um israelense sobre o jogo do copo. Com a sueca nada aconteceu, era apenas as pessoas que forçavam o jogo. Mas com o israelense, ele disse que uma vez a luz apagou e que um vento passou pela casa, mas as janelas estavam fechadas. Tudo bem. Cada um foi para sua casa. E a gente foi dormir normalmente. Eis que as 5h30, eu acordo, porque a Rebecca estava acordada e fez barulho no Hall. Eu acordei no pulo e vi um cara de 2 metros de altura no meio do quarto. Ele era careca e estava de braços cruzados com uma capa comprida até o chão, da cor azul turquesa escuro, e olhando para a televisão que fica ao lado da cama. A Stéphanie também acordou com o barulho e sentou na cama. Eu a abracei e disse que estava vendo um cara. Estava com muito medo. Eu fechei os olhos e os abri novamente, e o cara estava lá na mesma posição. Falei para ela. Ela disse que não estava vendo nada. O que me deu certo alívio. Então, ela me disse para eu falar a mesma coisa que ela disse, para ele ir embora. Eu falei "quero que você vá embora". Ele desapareceu. Só que aí outro ser apareceu também e ele estava de pijama listrado e sem cabeça, no lugar havia a luminária do quarto, que é uma bola pendurada no teto. Ele estava flutuando e dançando. Pedi para ele ir embora também, em português mesmo. Daí, tudo foi embora. E ficamos abraçadas e rezando. Demorei para cair no sono de novo com medo de eles aparecerem novamente. Talvez tenha sido uma projeção, porque tínhamos comentado sobre o He-Man, e o cara de 2 metros tinha os tons de cores do Esqueleto, talvez tenha sido o fato de eu ter visto uma cara lendo O Menino do Pijama Listrado no dia anterior. Não sei. Só sei que não ter mais essas experiências sobrenaturais.

               Como disse minha mãe: "Sei lá, mil Ghosts"!
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