terça-feira, 1 de julho de 2014

O dia em que descobri que picles era pepino

Alex procura Spreewaldgurken em Goodbye, Lenin!
          Não faz muito tempo que descobri que picles era na mais nada menos que um pepino, mas menor! Que Überraschung (surpresa)! E para minha surpresa aqui se vende esse pepino pequeno no formato de picles.
          A desconfiança: em março eu fui a um piquenique num aeroporto aqui perto de casa e tinha esse pepino pequeno, daí pensei comigo mesma "Olha! Parece um picles!". Algumas semanas depois uma amiga americana me disse que picles era pepino em conserva daí meu mundo parou. WHAT?! Cê Jura?! Gente, eu juro que não fazia ideia... mas andava desconfiada até porque na embalagem de picles está lá Gurken (pepino). Mas aí fiz um google no picles agora e, na verdade, picles é qualquer conserva, uffa, mesmo assim achava que pepino em conserva era um outro legume, que se chamava picles, maior viagem, juniando como sempre!
           E eu fazendo caso da minha descoberta, mas blog é isso mesmo né, gente, assuntos desinteressantes e insignificantes podem ser uma forma de entretenimento! Espero que tenham se entretido por dois minutos ou seja lá quanto tempo vocês demoram para ler esse post hehe!

Tempelhofer Feld
           Pera, ainda não acabou. Tem um aeroporto aqui perto de casa. Um aeroporto que é um parque agora e as pessoas usam o espaço para lazer, como esse senhor na foto ao lado praticando o famoso Windskate e a senhora, o ciclismo. Tempelhofer Feld estava em atividade como aeroporto até 2008, foi construído em 1927 e já foi considerado o aeroporto comercial mais antigo, mas já perdeu o posto para um francês ou inglês. Um velhinho berlinense de 78 anos que me contou isso, não acreditei muito nele, dei um google e era verdade. Esse velhinho, que se chama Klaus, não morou do lado comunista durante o muro e teve a oportunidade de morar na Inglaterra por um tempo, seu inglês, pois, é muito bom, apesar de eu ter insistido em falar em alemão, ele voltava para o inglês, então a conversa que tive foi meio estranha, eu perguntava em alemão e ele respondia em inglês. Foi muito inusitada a nossa conversa.

        Sei lá, mil pepinos em conservas e mil conversas com velhinhos!
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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sete meses oder Sieben Monate

7 Monate in Berlin mit Alejandro und viel spaß noch zu kommen
           Há sete meses quero escrever sobre Berlim ou sobre como anda minha vida aqui. Mas acho difícil explicar ou simplesmente esqueço mesmo que tenho esse blog para poder tentar explicar algo. Sei lá, Berlim não exige muita explicação, acho. É uma cidade cosmopolita como Londres e Nova Iorque. Só que tem um quê que não sei explicar, nunca fui a Nova Iorque, e em Londres fiquei poucos dias, não posso exatamente comparar essas cidades a Berlim. E também não saberia dizer como seria a minha vida se não estivesse aprendendo alemão, acho que falar alemão ajuda a interagir melhor e a de fato me integrar em alguns grupos de alemães. Conheci gente que chega aqui e fica apenas no inglês. Tranquilo viver aqui um ou dois anos sem saber falar alemão, realmente muita gente fala inglês, mas acho estranho ficar num lugar tanto tempo sem sequer ter o interesse em aprender o idioma local. Tudo bem, alemão não é a língua mais fácil de se aprender, mas também não é impossível.
           E eu não imaginava que estaria falando agora mais ou menos bem. Eu moro com quatro alemães e uma escocesa, que fala melhor alemão que os meninos rs,  e portanto pratico todos os dias sem falta alemão, também tenho 3 horas por dia de aula de alemão. Estou até vendo alguns jogos da copa com a narração em alemão, que é meio entediante, eles não comentam muito, nem vibram muito, são bem contidos, nem todos, claro, mas boa parte. Enfim...
          Ainda tenho que contar mais sobre essa república em que estou morando, linda, mas fica pra outro post, só adianto que não tem padeiro, mas tem ator, e todos são lindos e fofos. Pena que a Katie, uma escocesa, vai embora no fim de julho, mas a Brita, uma norueguesa, vai alugar o quarto dela. Os demais são alemães mesmo. Um estuda física, o Amon, um estuda planta e árvore, o Paul, um estuda história e sueco, o Benjamin, e outro é ator, o Nils.

     
           Sei lá, mil coisas! Es weiß es nicht, tausenden Sachen!
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segunda-feira, 17 de março de 2014

Consternação pelos eventos atuais

            Não dá pra seguir feliz sabendo que há tanta coisa errada acontecendo tanto na Alemanha quanto no Brasil. Em uma aula de alemão, a professora nos entregou uma notícia sobre o encontro dos Nazistas em Dresden, eles tem um dia especial para "celebrar", dia 13 de fevereiro, nesta data em 1945 houve um bombardeamento da cidade dos aliados contra o regime nazista. Não porque diabos eles definiram a data para se reunirem e discutirem, ou sei lá que é que eles fazem. Há alguns anos eles estavam indo às ruas sem vergonha nenhuma de tomar partido do ódio, felizmente, em 2010, houve também a marcha contra esse absurdo.
            Não muito distante do ódio, está o Brasil, país "pacífico", "cordial", "alegre", indo na mesma linha de pensamento. Por que tanto ódio? O pior é que ele sempre esteve lá, ódio desses gays que estão mais presente em suas vidas e que sem pouca vergonha se beijam, ódios dessas religiões africanas do diabo, ódio dessas mulheres vadias que marcham sabe se lá por que causa, por isso é que são atacadas, tem mais que apanhar mesmo, não tem escrúpulos, não aceitam um elogiozinho "gentil" na rua, ódio desses negros que estão nas universidade sem merecerem estar lá, ódio desses anarquistas vândalos que ficam na rua protestando e atrapalhando o trânsito, ódio desses favelados que só assaltam gente de bem, ódio da Letícia Spiller, ódio ódio ódio!
             Será que há uma luz no fim do túnel, ou estamos indo em direção oposta, ao atavismo? Volto pra casa, vejo alguma mídia alternativa que pelo menos tenta honestamente relatar os fatos, e só coisa triste. Uma mulher que é arrastada por um carro da Polícia Militar, resquício da ditadura que ainda perdura em nossa linda democracia. O que dizer de tanto ódio? Não gosto de ser pessimista, gosto de acreditar na humanidade, mas que pelos últimos eventos, nem aqui, nem aí, tá fácil seguir sem que o estômago se embrulhe... Ainda quero acreditar que é possível mudar pra melhor, porque mudar por mudar nem sempre é o melhor.

           
              Sei lá, mil esperanças, pfv!
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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Sobre Berlin

            Difícil explicar os vários sentimentos quando penso nessa cidade, cidade de vampiros, de almas ambulantes e perdidas, à procura de algo. Essas almas inquietas e inquietantes. Misturadas com arte, constância e kebap, e que ao mesmo tempo é não-arte, inconstante e currywurst. Cosmopolita sem identidade, com múltiplas identidades, mit diesem Sprach nicht so deutschlich oder schön (essa língua incompreensível não muito bonita, mas lógica dentro dessa lógica alemã de ser). Entender a língua e a cultura é inexplicável, ainda mais nessa cidade que nem muito alemã é, e que é de todo mundo, com outros mundos, um pouco turca, búlgara, russa, espanhola, mexicana, coreana, chinesa, e também brasileira.

             Ainda estou a entender o que se passa por aqui.

             Ich weiß es nicht, Tausends Dinge!
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Alejandro no Memorial do Holocausto
Foto: Vitor Medeiros.