Sabe aquele senso comum de que
cada viagem que fazemos é muito importante para a nossa vida, de que acrescenta
não só conhecimento, mas também dá novos significados à ela. Pois então, essa
não foi muito diferente disso.
No começo, quando percebi que os
organizadores desse laboratório cultural não sabiam muito sobre cinema muito
menos sobre o festival da cidade onde vivem, confesso que fiquei chateada. Mas
depois quando eu vi e percebi sobre o que realmente se tratava tal experiência,
eu deixei estar. Todos os 23
participantes ali estavam porque tinham algo em comum, a língua francesa o meio de comunicação entre
si, 13 nacionalidades dentre Russia, Mongólia, China, México, E.U.A., Malta,
Uzbequistão, Kosovo, Bósnia Herzegovina, Líbano, Israel, Benin e Brasil, sendo eu a representante solitária
desse país enorme. A Rússia por sua vez tinha nove representantes, uma de cada
parte do também gigante país, cujas cidades não sei nomear, além de Moscou e
Perm.
Aprendi muito nessa primeira semana
do mês de julho, aprendi que somos todos muito parecidos e muito diferentes
também. Aprendi que Líbano é tabu duas pessoas se beijarem na rua ou falarem
sobre sexo. Aprendi que nem todo judeu segue a risca os mandamentos da religião
e que esses são tipo brasileiros católicos que não vão à Igreja. Aprendi que alguns estadunidenses não gostam
de TV e que aprendem outra língua além de inglês. Aprendi que Benin existe e
que fica do ladinho de Senegal e que há pessoas querendo fazer cinema lá.
Aprendi que a Rússia é moderna e que na Sibéria pode fazer um pouquinho de
calor. Aprendi que os franceses podem ser simpáticos quando ficam velhos e
aposentam e vão morar em vilarejos perto do mar. Aprendi que na Mongólia eles
ainda deixam as mulheres cozinharem e que possuem um toque ocidental na maneira
de se vestirem. Aprendi que a Bónia vai bem muito obrigada.
E chego a uma conclusão: todos
deveriam sair de suas bolhas ao menos uma vez na vida para vivenciar tal tipo
de experiência. Sei que há muitas pessoas interessadas em aprender francês no
Brasil e que não possuem meios nem recursos para viajar para um país
francófono. E acho que o governo brasileiro deveria fazer o mesmo tipo de
laboratório com pessoas que gostariam de aprender o português brasileiro.
Conheço já muita getne que o fala e o aprende. Se somos a nação do futuro desde
Getulio Vargas e não sei quando... deveríamos incentivar o aprendizado da nossa
língua mundo afora. Espalhar umas franquias por aí, tipo uma Aliança Brasileira
ou um Instituto Professor Pasquale. Porque não? Aposto que teria vários
adeptos.
Só sei que a cada dia que passa tenho
a certeza de que nascemos cidadãos do mundo e que nenhum lugar nos pertence,
apenas nos é emprestado.
Sei lá, mil coisas!
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"Só sei que a cada dia que passa tenho a certeza de que nascemos cidadãos do mundo e que nenhum lugar nos pertence, apenas nos é emprestado."
ResponderExcluir<3
Concordo, só que não daria o nome ao Instituto Prof. Pasquale, ele é mto novinho. O nomearia Machado de Assis.
ResponderExcluirBjs no coração.
Saudades